Os números sobre os recursos hídricos do Brasil são um exagero. Os rios que cortam o Brasil carregam 12% do total de água doce superficial do Planeta - o dobro de todos os rios da Austrália e Oceania, 42% a mais que os da Europa e 25% a mais que os do continente Africano. Mesmo contando com épocas de seca,em que os rios reduzem muito sua vazão, temos água para satisfazer as necessidades do país por 57 vezes. Com todo esse volume, seria possivel abastecer a população de mais 5 planetas Terra - 32 bilhões de pessoas -, com 250 litros de água para cada um por dia. Mas, como ocorre em outras partes do mundo, aqui também os recursos hídricos são mal distribuidos: 74% de toda água brasileira está concentrada na Amazônia, onde vivem apenas 5% da população. Uma característica que as bacias tem em comum: todas sofrem algum tipo de degradação por causa da ação do homem.
A fim de gerenciar os recursos hídricos brasileiros, a Agência Nacional das Águas (ANA) divide o país em 12 bacias. É com base nessa divisão que o governo federal calcula e gerencia a relação entre oferta e a demanda de água no país. A gestão da rede hídrica nacional é fundamental para evitar a destruição dos recursos naturais e a repetição dos episódios de racionamento e blecaute que afetaram algumas regiões do país mais de uma vez. A cada segundo o Brasil retira de seus rios somente 3,4% da vazão total. Mas apenas pouco mais da metade disso é efetivamente aproveitada e não retorna as bacias.
A região hidrográfica que mais consome água é a do rio Paraná, responsável por 23% do total. Na região atlântico nordeste oriental, onde a maioria dos cursos de água é intermitente, as retiradas superam a disponibilidade hídrica. Em algumas localidades, a água disponivel por habitante não supera os 500 metro cúbicos por ano.
Isso significa que cada cidadão da região sobrevive com um volume de água equivalente a um terço do volume que caracteriza o estresse hídrico, segundo a ONU: 1,7 mil metros cúbicos por ano. Como ocorre no restante do mundo, a maior parcela da água consumida no país vai para a agricultura.
Aparentemente, sabemos tirar proveito da nossa riqueza hídrica. Mas ainda não sabemos gerenciar adequadamente esses recursos, de modo a preservar sua quantidade e qualidade. Exemplo disso é o que ocorrenas regiões hidrográficas Tocantins-Araguaia e do Paraguai.
A generosíssima oferta de água transforma a região Centro-oeste numa potência agopecuária. Ao mesmo tempo, o avanço das fronteiras agricolas provoca imensos desmatamentos na floresta Amazônica, alterando o regime das chuvas, comprometendo o regime das chuvas, comprometendo a vazão dos rios e sobrecarregando os recursos naturais do Pantanal.
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